A Goodyear do Brasil lançou este mês, em São Paulo, seu mais novo dirigível, o Blimp Ventura (que significa boa sorte), que vai sobrevoar as principais capitais do Brasil nos próximos cinco anos.
O novo modelo (A-150), tem 55 metros de comprimento, 18m de altura e 15m de largura.
Com adesivos nas cores azul e amarela, traz a logomarca da Goodyear e um sofisticado painel eletrônico na lateral esquerda, com 16 metros de largura por 8 m de altura.
A aeronave é 30% maior que a antecessora que esteve no Brasil entre 1998 e 2002.
O Ventura tem capacidade para voar com cinco pessoas a bordo e conta com todos os instrumentos de um avião leve.
Possui dois motores de 180 cavalos, podendo alcançar até 104 km/h, embora sua velocidade de cruzeiro permaneça em 74 km/h.
Em média, deverá realizar 125 horas de vôo por mês, podendo atingir até 3 mil metros de altitude.
A empresa está investindo cerca de R$ 1,2 milhão por mês para manter a aeronave no céu. O objetivo, além da prestação dos serviços, é fortalecer ainda mais a sua imagem no país:´Os dirigíveis já fazem parte da história da Goodyear.
São produtos vitoriosos, que já se tornaram uma simpática forma de registrar a marca de nossa empresa em todos os pontos do planeta.
É por isso que continuamos a investir neles´, afirma o diretor de Assuntos Corporativos da Goodyear do Brasil, Luiz Carlos Martins..
NOVIDADES- A aeronave conta ainda com sistema de navegação por satélite e radar digital para detectar temporais e rádios de comunicação. Também possui aparelhos peculiares a todos os blimps, como manômetros, para verificar a pressão do invólucro, e um medidor de temperatura.
E mais: o dirigível tem a capacidade de armazenar até 4.200m3 (m cúbicos) de gás hélio, um combustível raro e de alto custo. Em operações normais, os blimps perdem pouco gás. Em média, a tripulação deve acrescentar 10 mil pés cúbicos de hélio por mês, além de purificá-lo duas vezes por ano.
O novo dirigível tem um formato oval e é feito de poliéster coberto com neoprene, que dão um aspecto metálico e brilhante.
O invólucro possui válvulas de ar ligadas a balonetes internos (no caso do A-150 existe apenas um balonete central), que servem para compensar a expansão e a contração do hélio em função da variação da pressão.
Na parte externa da aeronave, ficam instalados os motores, a cabine, os equipamentos de sinalização noturna e os sistemas de comunicação (telão, câmera de TV, etc).
Por fim, na traseira, estão localizados os lemes verticais, que orientam a direção do blimp, e os horizontais, usados nos pousos e decolagens.
O dirigível conta com uma equipe de cinco pilotos, mais 18 pessoas responsáveis pelo apoio. Destes, dois são mecânicos responsáveis pela manutenção e possíveis reparos de última hora; um chefe de equipe e seu assistente, um gerente financeiro e uma coordenadora de operações.
Para dar suporte ao grupo, há uma frota composta por dois caminhões, equipados com geradores elétricos e de gasolina, ferramentas para fincar o mastro no chão, como cabos de aço, furadeira e parafusos. Os veículos trazem também componentes, peças de reposição e um motor extra.
A responsabilidade de transportar os membros da equipe fica a cargo de duas vans. Essa frota é fundamental, pois segue o dirigível, por terra, em qualquer lugar onde estiver. Desta forma pode prestar socorro caso haja algum imprevisto durante o vôo.
Com esse time, o Ventura tem autonomia de 12 horas, para realizar viagens diárias. Os vôos terão duas características: os de passeio, que serão realizados várias vezes por dia, com duração aproximada de 30 minutos, elaborados para clientes VIPs da Goodyear, e os destinados às coberturas de eventos esportivos, sociais e prestação de serviços, que duram em média três horas.
Em ambos os casos, a equipe de terra é fundamental e precisa estar sempre atenta. A decolagem, por exemplo, necessita da atuação de todos os integrantes. Isso porque o dirigível fica ancorado no solo, como um navio no mar, por dois cabos de aço.
Para tirá-lo do lugar e levá-lo até o ponto de partida, cada cabo de aço precisa de três operadores para segurá-lo, além de mais quatro que empurram a gôndola.
O processo de pouso exige o mesmo esforço da equipe. O dirigível desce até próximo ao solo e os operadores mais uma vez pegam os cabos de aço e o levam até o ponto de mastreamento. Para o piloto, cabe a responsabilidade de cuidar da aeronave a partir do momento que deixa o solo.
Sua missão é a mais importante, pois é ele quem coordena e analisa se as condições meteorológicas são propícias e oferecem segurança para voar. O Blimp nunca voa em situações climáticas adversas, como ventos e chuvas fortes e névoa.
PAINEL- A grande novidade do novo blimp é o painel eletrônico gigante do lado esquerdo da aeronave, com 16 metros de largura e oito metros de altura, inédito no Brasil.
Conta com 82.656 leds (lâmpadas) que, coordenadas por computador, são capazes de projetar 256 cores. Este recurso gera imagens de alta resolução e permite transmitir desde mensagens escritas até animações e vídeos.
A aeronave também disponibiliza um equipamento especial que só é instalado no momento das transmissões de eventos.
O sistema utiliza uma câmera, montada em um balancim para evitar vibração e um aparelho que transmite as imagens por meio de microondas. No solo, os sinais gerados são captados por uma antena e processados antes de serem liberados para a estação de TV. O sinal tanto pode ser gravado quanto transmitido ao vivo.